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Como pequenas empresas podem sobreviver à crise gerada pela Covid-19?

As pequenas empresas são extremamente importantes para a economia brasileira. Segundo a Associação Brasileira de Automação, O Brasil possui cerca de 17 milhões de micro e pequenas empresas que respondem por 27% do PIB Nacional. Segundo o SEBRAE, em 2018, total de pessoas empregadas é de 46,6 milhões. 54% dos empregados formais no Brasil estão nas pequenas empresas. Portanto, percebe-se que são as pequenas empresas as principais responsáveis pela produção e venda de produtos e serviços e a impulsionadora da economia no Brasil.
A pandemia da COVID-19 impactou não só a sociedade brasileira, mas o mundo inteiro, sendo as pequenas empresas umas das mais prejudicadas. E como as empresas brasileiras são as principais impulsionadoras da economia, logo percebe-se que a pandemia causou um enorme estrago no país. Segundo um levantamento realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mais de 135 mil lojas foram fechadas e 500 mil empregos foram perdidos no Brasil entre abril e junho. Ainda de acordo com a CNC, o total de lojas fechadas equivale a 10% do total de lojas de comércio de varejo do país antes da pandemia. Segundo o SEBRAE, de acordo com um levantamento realizado em abril, 30% buscaram empréstimos para que conseguissem manter suas empresas sem precisar realizar cortes de gastos nem demitir empregados. Todavia, 59,2% tiveram o seu pedido negado e 29,5% ainda não obtiveram uma resposta.
O Governo Brasileiro tomou algumas medidas para reduzir os danos no período de crise. Um deles foi adiar pagamento do SIMPLES (tributo aplicável a microempresas e empresas de pequeno porte). Além disso, de acordo com o site do Conselho Federal de Contabilidade, houve as medidas provisórias 927 e 936 (esta última convertida na lei 14.020/2020) que autorizaram a antecipação das férias, bancos de horas, suspensão dos contratos de emprego redução da jornada de trabalho. Quanto ao FGTS, este também foi prorrogado e pôde ser parcelado em até seis vezes.
Medidas para sobreviver à crise criada pela pandemia
Aline Zanoni, gerente de ambiente de negócio do SEBRAE afirma que primeiramente a empresa deverá fazer todo o levantamento de despesas e receitas dos próximos meses. Zanoni argumenta que “quando se conhece o que você vai gastar, fica mais fácil renegociar o pagamento de alugueis e fornecedores, por exemplo.” De acordo com o site Iugu, é importante o empreendedor estar atento ao seu fluxo de caixa, às receitas e as despesas, para que possam assim honrar com seus compromissos. A contadora Lucélia Lecheta, conselheira do Conselho Federal de Contabilidade, orienta que deve-se revisar todos os seus gastos, cortando o desnecessário, mesmo a contragosto. Para ela, o momento é de se reinventar.
Importante também buscar a renegociação das dívidas perante os bancos. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e os grandes bancos informaram que é possível prorrogar as dividas por até 60 dias. Além disso, a oferta de créditos especiais para empresários também deverá ser ampliada. Além disso, os empréstimos também deverão ser uma alternativa para manter o funcionamento da empresa. Todavia, é importante estar atento aos juros desses empréstimo para evitar dores de cabeça desnecessárias.
Importante o empreendedor ser criativo e se adaptar no momento de crise. A internet é um importante aliada nessa fase difícil. Usar as redes sociais para vendas online pelo Instagram e WhatsApp é uma maneira de ganhar dinheiro e suportar com menos dificuldade esse momento delicado. Uma outra solução é aproveitar o uso de aplicativos de entregas como Rappi, Ifood, Uber Eats, dentre outros. Importante também a empresa criar seu próprio serviço de delivery.
Uma outra medida a ser tomada é a revisão dos contratos com fornecedores e locadores. O contrato que se tornar desproporcional poderá ser revisado. Quanto ao contrato de locação, ele pode ser negociado, pois pagar o valor integral é injusto para a pequena empresa, segundo o advogado Mario Inácio Filho. Ele ainda argumenta que se não for possível negociar, a sugestão é que se cumpra apenas os contratos indispensáveis à sobrevivência da empresa.
A matéria no site Iugu afirma que uma outra saída é as empresas usarem estratégias como oferecer descontos para produtos em estoque e diferentes opções de pagamento. De acordo com esse mesmo site, a comunicação transparente também deverá ser utilizada. Informar de forma constante a situação real da empresa para clientes, fornecedores e investidores é uma estratégia importante e gera credibilidade para a empresa. Além disso, é essencial ter uma visão de longo prazo, examinando de forma profunda e detalhada as consequências que a crise pode gerar em meses e até em anos para o seu negócio. Possuindo visão de longo prazo, a empresa poderá antever a solução dos problemas, tornando o seu negócio mais forte e sustentável.
Compre do pequeno
Diante desse momento extremamente difícil para pequenas empresas, é importante o consumidor comprar produtos e serviços do pequeno empreendedor. Por causa da pandemia do Covid-19, O SEBRAE criou o movimento Compre do Pequeno para dar uma rede de apoio ao comércio local, estimular a economia regional e as pequenas empresas, durante esse período difícil.
Segundo Roberta Aviz, do Sebrae, o consumidor que compra de pequenas empresas ajuda a apoiar o desenvolvimento da sua região. Além disso, o consumidor faz com que o dinheiro circule dentro do seu bairro, ajudando a estabelecer um comércio mais justo e criando mais empregos. Comprar do pequeno empreendedor contribui também para reduzir o deslocamento do consumidor e do entregador, reduzindo a emissão de poluentes.
Comprar do pequeno empreendedor é um ato de cidadania. E isso deve continuar a ser feito, independente de existir uma pandemia. Como vimos acima, as pequenas empresas são vitais para o funcionamento da economia brasileira e da geração de empregos. Portanto, é necessário não apenas que as pequenas empresas tomem medidas, mas o Estado, as grandes empresas e os cidadãos realizem atos que ajudem a reduzir danos nessa época tão dura e difícil para todos.